segunda-feira, agosto 16, 2010

Adeus

Queridos amigos,

Vou partir.
Já há muito tempo que quem me conhece me pergunta por mim. O que é feito daquele que conheceram, o que é feito daquele que gostavam? Não sei responder, e isso assusta-me!
A verdade é que parei para olhar para trás (algo que nunca tinha feito na minha vida), e a visão chocou-me profundamente. Encontrei nos tempos que já lá vão um eu bonito, um eu que me dava orgulho e que me fazia sonhar, mas de à um ano para cá que as coisas têm sido diferentes. O que vejo ultimamente não é aquilo que quero ver! Vejo um eu que perdeu o valor das coisas simples, vejo alguém que não consegue sorrir pelo Sol que lhe aquece o rosto. E odeio-o.
Infelizmente amigos, deixei de ter a capacidade de dar valor às pessoas que gosto, magoei muitas, nem eu sei quanto, fui egoísta o suficiente para ser um mau filho, um mau irmão, um péssimo amigo... e isto não sou eu!
Fui invejoso, cínico, mentiroso, e tantos outros pecados me conduziram ao lixo que me sinto hoje. Afirmei que o amor não existia quando na verdade tinha inveja de quem conseguia amar, duvidei de Deus mesmo quando me sentia puxado pela sua mão, ignorei quem precisava da minha ajuda mesmo quando os seus olhos lacrimejavam por misericórdia. Fiz muitas coisas de que me arrependo hoje profundamente e por todas elas vos peço perdão.
No entanto, houve um erro, um pecado bem maior do que todos estes... Abandonei uma criança.
Abandonei a MINHA criança.
A criança que sempre viveu dentro de mim e que me dava tanta felicidade... Perdida!
Não estou bem, eu sinto-o e vocês ressentem-no, por isso acho que chegou a hora de viajar. Uma viagem dura, longa e cheia de obstáculos mas necessária. Amigos, vou fazer a viagem mais difícil que alguma vez me propus - vão viajar ao meu interior - vou à procura da minha criança!
Espero que um dia tenha a coragem de voltar, espero um dia voltar mais feliz, por agora só vos quero pedir perdão.

Um abraço com Deus

KuM

terça-feira, agosto 10, 2010

3.31



- Acreditas no amor pai?
- Que pergunta é essa, que te deu filho?
- Acreditarias. Se o teu mundo fosse mais do que noticiários tristes. Se a tua memória lembrasse os sorrisos que tinhas quando eras criança, se o cheiro dos campos se trouxesse à lembrança.
Os momentos em que o sol desce à terra e que tu para o saudares te deitavas na erva.
Não te lembras Pai?
Das vezes que corrias, porque adoravas a chuva. Das tardes que rias nos castelos de espuma.
Pai?
Sentias Deus tocar-te, por te tocar o ar... E a Natureza, como ela te abraçava!
Acreditas no amor?
(...)
Acho que não Pai...
Se acreditasses ainda te lembravas como ela te amava.

3.16

Ela foi o meu primeiro amor.
E sim, talvez o único!

Fez-me assim,
Como se as conversas bastassem para não haver certezas.
Tirou-me de mim
Para logo me arrastar num abraço sem pressas.

Tentou abrir-me a mente:
"Olha que o amor é mais do que aquilo que sabes"
Aproximou-se de repente
Mas ainda lhe faltavam as chaves

E tudo o que ficou
Tudo o que lembro nesta saudade
É a certeza que apesar daquilo que mudou
Eu ainda procuro a minha liberdade

Sim, fiz uma pausa pela dor.
Talvez não tenha sido o único!

quarta-feira, março 31, 2010

Sozinho



Sozinho. E que bem que isto me faz
No sítio mais movimentado de Lisboa
Me resguardo
Volto a ser capaz

No caminho. Encontro-me com a vaidade
E sem olhar para trás, sozinho
Me levo
Vivo a saudade

No horizonte. As nações fazem a minha miragem
E talvez o rio, o céu e a ponte
Me completem
Um dia, a paisagem

Um dia. Talvez volte a este lugar fino
Mas hoje saio na minha viagem
E sozinho,
Vou em busca do meu destino!

Compromisso.


Se o mundo me der asas…
voarei pelas horas da madrugada.

Se o mundo me der pés…
caminharei pelas ruas abandonadas.

Se o mundo me der mãos…
lutarei por tudo e por nada.


Mas,

Se o mundo não me der nada,
encherei esse vazio com todos os bens do mundo!




Vou sozinho... mas não vou só!

domingo, março 28, 2010

Confesso


Às vezes apetece-me dizer quem sou
Esquecer-me se calhar
Daquilo que vos dou
Sem me revelar.
Mas se tudo fosse assim
Simples como dizer que sou eu
Então este texto deixaria de ser por mim
E este blog deixaria de ser meu!

domingo, fevereiro 14, 2010

Parece Sina.



Parece sina.
Um karma que não gosto de ver
Que soa a descontrolo ou a um excesso de avoliçao ao prazer

Que me dizem se eu disser que me perco nas horas de um dia que não existe?
Que pensariam se eu julgar que não sou nada mais do que um ser triste?

Que me enrolo num cobertor a ver se consigo dormir.
Mas que as horas de olhos fechados são a fingir.

Tenho uma nuvem espessa a toldar o que vejo.
E não me compensa levantar os olhos
Porque a esperança deixou de ser um desejo

É assim…
São as merdas complexas do meu estado a apodrecer

É S. Valentim
E para mim é o caralho da sina do dia de S. Sofrer!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Recovery.


Estou em fase de recuperação.
Estou a tentar erguer a cabeça
Deixando para trás o desastre
Que me assola o coração,
Sem saber aquilo que me levanta
Como não soube o que me deitou ao chão.
Estou em readiness!
E a predisposição à mudança
É tanta,
Que ninguém merece.
Estou quase pronto…
Mas falta-me a sorte!
Porque deverá ser mais fácil morrer,
Do que sobreviver
Para recuperar da própria morte.


Kum

domingo, janeiro 03, 2010

É um dia.

É um dia.
Mais um daqueles dias
Que ou escrevo ou morro,
Que ou não grito ou ninguém ouve o meu socorro!

É um dia.
Um dia que vendo a alma ao diabo
Na esperança que ele me leve daqui.
Que o faça sem cuidado
Mas que me leve assi,
Sem aviso ou preparo.
E mais rápido do que o tempo que mal sinto passar
Que me leve esse diabo
Porque eu já não tenho mais nada a dar.

Se já os meus olhos mostram a pobreza que é de mim,
Se as minhas mãos não trabalham,
Que interesse há em ver-me assim?
Se os meus pensamentos encalham,
E os meus sentimentos não existem.
Que me valem as lágrimas que chocalham
Se o rosto por onde caem
Já não se ergue aos céus que lhe falham?

Que me serve um corpo mudo antes da velhice?
Se há muito que o meu coração morreu
E só agora é que me disse.


Kum