terça-feira, março 03, 2009

Lágrimas que faltam salgar.


Falta-lhes sal.
E sal é coisa que não pode faltar agora,
Não pode faltar nunca!
Não, porque, apesar do seu mal,
É o sal que demora
A extinção do que defunta.

E convenhamos que tempero sem sal,
Embora tempero que não mata,
É tempero de desagrado!
Sabe mal
Sabe chorado.

E o choro é tudo que eu tenho hoje.
A carne morta
Que as minhas lágrimas ensalgam por mal,
Retratam tudo o que me foge…
E tudo o que brota
Acaba por morrer igual!

Estou só.
Num baú salgado,
Que da minha pequenez se faz gigante,
Sinto dó!
Dó do meu egoísmo mal amado
Que sem nunca amar, sempre foi amante.

Estranho… ainda oiço!
Quem chorará por mim?
De quem serão estas lágrimas que falta salgar?
Mas que me acalmam, como baloiço…
- Olhe?! – Sim?
- É só a chuva... Ninguém está a chorar…


Kum

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